
“Em busca de novos horizontes”... essa é frase da editora Milena H. Rosenbaum, que nunca se imaginou como escritora, mas devido ao incentivo de seu pai, já publicou vários livros, sendo eles: “As Aventuras de Dan e Dina”, “O Pipoqueiro”, “A surpresa de Pedro”, “Visitando a Vovó Naná” e “Quem foi Albert Einstein?”.
Alguns meses atrás, Milena se tornou a idealizadora do novo projeto da nossa editora, a Revista O Círculo, focada no público infantojuvenil.
A psicóloga e agora escritora, começou a trabalhar junto de sua equipe no desenvolvimento de um produto que pudesse chegar aos pequenos leitores de forma dinâmica e divertida. Assim, nasceu o nosso primeiro clube de assinatura infantil, O Clube da Turma que entrega na casa da criança um kit com a Revista O Círculo + livro exclusivo + brinde educativo todo mês.
A Revista O Círculo é uma resposta para o desenvolvimento da leitura e educação judaica no Brasil após analisarmos durante anos a escassez de publicações judaicas infantis em nosso país.
Com isso, resolvemos investir em uma publicação que passa valores judaicos às nossas crianças, e ao mesmo tempo estimula a leitura e o aprendizado.
Aqui Milena conversou e nos apresentou melhor este projeto inovador:
Milena, você nunca se imaginou escritora, mas agora que se tornou
uma, qual é a sensação?
Nem sempre gostei de ler, essa tarefa foi muito difícil para mim na escola. Mas sempre tive muito incentivo dos meus pais, ambos amantes de um bom livro. Acabei pegando o gosto pela escrita nas aulas de redação da escola e no pré-vestibular. Li os livros clássicos e muitos me marcaram. Meu pai sempre nos levava aos domingos em uma livraria, só para passear e dar uma olhada, e assim eu começava a olhar os livros. Há e um dos meus tios sempre me dava um livro de presente de aniversário (e tenho eles até hoje!). Escrever é uma sensação única, uma forma de expressão da criatividade, de colocar uma ideia no papel. É também uma grande responsabilidade, pois através das histórias passamos valores e mensagens significativas para as pessoas.
Qual é a importância da leitura no desenvolvimento da criança?
Essa é uma pergunta em que a resposta é bem complexa. Resumindo, na minha opinião, a importância da leitura é enorme e tem muitos benefícios para o desenvolvimento infantil. Sabemos que quem lê escreve melhor, raciocina melhor, tem um vocabulário melhor, estimula a criatividade, imaginação e memória. Além de ajudar na expressão dos pensamentos e comunicação com as pessoas sobre sua opinião. E é um exercício constante para o cérebro. Claro que tem crianças que curtem mais e outras que não suportam ler. O importante é incentivar, dar o exemplo e respeitar o tempo de cada criança.
Como você decidiu fazer um projeto para o público infantil?
Desde pequena sempre pensei em trabalhar com crianças. Fui madrichá em movimento juvenil e me encontrei. Fiz faculdade de psicologia pensando em aprimorar meus conhecimentos no desenvolvimento infantil. Trabalhei em escolas judaicas e observei de perto crianças da educação infantil. Depois de casada e com meus filhos, comecei a trabalhar com meu pai em uma área totalmente diferente do que eu imaginava. Dentro desse contexto sempre puxava as coisas para o lado da educação, artigos da revista, sugestões de pauta, etc etc. E olhando para minha própria família, para meus filhos, vi que podia fazer alguma coisa a mais. Começamos a pesquisar material disponível tanto no Brasil como em outros países (EUA e Israel) para essa faixa etária. E achamos que era um espaço que precisava ser preenchido.
Observamos que o mercado editorial infantil com enfoque no judaísmo é escasso aqui no Brasil comparado com os outros países, o que você tem a dizer sobre esse cenário?
Realmente durante a elaboração do projeto, pudemos observar que são poucas editoras que investem no público judaico - infantil e também não há muito patrocínio. Existem ótimos livros, brinquedos e jogos com enfoque judaico, mas são poucos. E não existem revistas ou quadrinhos judaicos. Quando comparamos com outros países vemos que o incentivo a leitura é maior lá fora, até mesmo o preço é mais acessível porque tem incentivo do governo. Então a questão é também cultural.
Acredito que temos que disponibilizar a maior quantidade de material possível para as famílias. Dessa forma poderão incentivar ainda mais a leitura com enfoque nos valores e conceitos judaicos.
A revista O Círculo aborda que tipo de assunto em suas páginas?
Analisando todo material que coletamos e discutindo os temas mais interessantes, chegamos a elaborar uma pauta e dividir a revista em sessões.
Pensamos em trazer o judaísmo de forma descontraída, curiosidades, costumes e tradições judaicas, contos e histórias de grandes sábios da nossa história, Israel e seus pontos turísticos e históricos. Além disso, incluímos assuntos universais (que também são judaicos) como por exemplo: natureza, educação, alimentação.
Criamos personagens que estão sempre presentes na revista como o Dr Detetive e a Margot, sempre trazendo assuntos para refletir.
Um dos objetivos é interagir com os leitores, então também há um espaço para que nos mandem suas fotos e nos contem suas experiências pessoais. Todo mês fazemos uma pergunta e selecionamos respostas para publicar na sessão Mural da Turma.
Que tipo de livro é enviado todos os meses a casa dos leitores?
Esse é o maior desafio do projeto e acho que o mais importante. Todo mês elaboramos um livro que traga algum valor ou conceito judaico, que tenha uma moral por trás da história que vai marcar e significar algo para as crianças.
Dessa forma o desafio é realizar o sonho de ter livros para que componham uma biblioteca judaica com repertório bom e de qualidade.
Quem está recebendo os livros poderá me dizer se estou no caminho certo ou não.
Qual motivo você daria aos pais para que eles investissem em um clube literário para seus filhos?
Eu diria que o principal motivo é cultural e educativo.
Cultural, pois vivemos numa sociedade em que muitas culturas convivem juntas e temos que reforçar o respeito em nossos filhos. E através dos livros e revistas podemos transmitir diversos conteúdos, além de incentivar esse respeito a todos.
Educativo pois ler é sempre bom. Ter oportunidade de conversar sobre os assuntos abordados nos livros também é muito bom.
Como mãe, como é educar os filhos?
Acredito que educar filhos seja a tarefa mais difícil e complexa dos pais. Todo dia se aprende algo. Tanto os pais ensinam aos filhos, como os filhos ensinam aos pais.
Estar aberto as mudanças de cada fase, ter um canal de diálogo, estar atento as diferenças de cada filho são aspectos que tento ter em mente.
A educação é a base que a pessoa vai ter para se desenvolver e se tornar um adulto bem ajustado e que se relaciona bem com o mundo ao seu redor.
Comments