“O Estado de Israel, para subsistir, tem que se mover para o sul”
David Ben Gurion - o primeiro premiê de Israel e aquele que ficou mais tempo no cargo - nasceu como David Green, em Plonsk, na Polônia, em 1886, e estudou em uma escola hebraica fundada por seu pai, um ardoroso militante sionista.
Na adolescência liderou um grupo sionista, Ezra, cujos membros falavam entre si somente em hebraico.
Aos 17 anos, aderiu ao grupo sionista socialista Poalei Zion (Os Trabalhadores de Tzion). Em 1906, imigrou para Israel, onde trabalhou como funcionário em assentamentos agrícolas (que mais tarde vieram a ser conhecidas como Kibutz), até entrar para a política e ajudar no estabelecimento do grupo judaico de autodefesa Hashomer (O guardião).
Em 1912, começou a estudar Direito em Istambul, mas com o início da Primeira Guerra Mundial (1914- 1918), foi deportado ao lado de outros sionistas.
Então se alistou na Legião Judaica do Exército Britânico, criada por Zeev Jabotinsky , para lutar ao lado dos aliados.
Ben Gurion passou dois anos da guerra nos Estados Unidos, onde se casou com Paula Monbesz, uma companheira sionista, e foi ativo na formação da ala americana do sionismo trabalhista.
Depois da derrota dos Otomanos, Ben-Gurion retornou à Palestina e centrou suas atividades na reconstrução do país e na recepção de milhares de imigrantes judeus que iam chegando.
Quando voltou ao Oriente Médio, teve um papel preponderante na fusão dos partidos Ajdut Haavodá e Hapoel Hatzair no Mapai (precursor do Partido Trabalhista de hoje), que se tornou o partido do governo durante as primeiras décadas do Estado, com Ben-Gurion na liderança.
Desde 1935, o sionismo trabalhista havia se convertido na facção mais importante do movimento sionista e Ben Gurion ocupou o posto-chave de presidente do Executivo da Agência Judaica - função que exerceu até 1948, quando se estabeleceu o Estado de Israel.
Quando os árabes atacaram o recém criado Estado de Israel, Ben-Gurion liderou, em maio de 1948, a Guerra da Independência, tendo imposto uma derrota acachapante aos cinco exércitos árabes hostis, e, ao mesmo tempo, aumentado em larga escala as fronteiras do jovem Estado. Para isso, ele teve que se impor e unificar as diversas milícias armadas judaicas que operavam na Palestina durante o Mandato Britânico e formar um exército regular para a defesa de Israel, o Tzahal.
Foi eleito Primeiro-Ministro em 1949, 1951, 1955 e 1961, e, neste cargo, supervisionou a criação e estabelecimento das instituições nacionais e presidiu os diversos projetos que permitiram um rápido desenvolvimento do país e de sua população, entre elas, a Operação Tapete Mágico, que resgatou milhares de judeus oriundos de países árabes, a construção do aqueduto nacional, o desenvolvimento de projetos rurais e a criação e estabelecimento de diversas comunidades e cidades ao longo do país, em particular, o chamamento do povo para o assentamento em áreas remotas, especialmente no deserto do Neguev.
Durante estes anos, fez o curso da história sionista e moldou o caráter do Estado.
Baseando-se em uma plataforma política que combinava visão com pragmatismo, abandonou a política sionista oficial de cautela e gradualismo, para adotar uma linha ativista firme.