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«DESTAQUE» As crônicas mais divertidas e admiradas de Alberto Moghrabi vão virar livro!

Por: Nessim Hamaoui

Alberto Moghrabi e sua família

Para a alegria dos milhares de seguidores das Aventuras de Mané nas redes sociais, eis que surge o primeiro livro com um tema que vai agradar a todos.


Um egípcio descobre o Brasil trata da vida no Egito e posterior vinda ao Brasil em crônicas bem humoradas, mas com muita história.


Um livro para ler e guardar, pois sempre é gostoso reler estas anotações da vida do cotidiano de Mané.


O autor Alberto Moghrabi ganha a companhia de sua filha Marina, que fez todas as ilustrações – inclusive a capa. Mais família, impossível!


Seja para os fãs já cativos das Aventuras de Mané ou para quem ainda não conhece, este livro é garantia de boas risadas e momentos de pura diversão. Não perca a chance de se aventurar nessa história única!


Confira uma entrevista exclusiva com o autor:


Enfim Mané está fazendo você voltar para a edição de um livro?


Mané é um personagem que criei em 2010 para preencher um tempo que eu tinha entre o momento que eu acordava, que é cedo, até quando minha família saia da cama.


Na época, o Facebook limitava os textos a 420 caracteres e eu me esforçava para contar uma história que tivesse começo, meio e fim com tão poucas palavras.


Escrevia e ainda escrevo sobre o dia a dia e usei o artifício de criar esse personagem para poder falar coisas sem ferir sucessibilidades de terceiros e até mesmo a minha.


Assim utilizando o recurso da autoficção e falando em terceira pessoa (aquele que tudo vê e tudo sabe), criticar e até mesmo alterar a história, coisas que acabaram muito mal podem melhorar e vice-versa também.


O Facebook não limita mais tamanho de texto e eu me permiti alongar a conversa e enveredei por um caminho de contar histórias do passado, muitas das quais nem eu nem Mané viveram, apenas tomei conhecimento através de meus familiares e/ou amigos.


Não pensava em publicar outro livro de crônicas, escrever pra mim é fácil enquanto esses preparativos para a publicação de livros são sofridos e difíceis.


De forma que quando decidimos fazer a publicação, o livro já estava todo escrito e mesmo assim, faz dois meses que estamos derramando sangue, suor e lágrimas para deixar o projeto pronto.


Qual é o assunto das crônicas deste livro?


Neste livro, por pura preguiça de selecionar as crônicas, já que tem mais de duas mil publicadas no Facebook, resolvi separar tudo que eu tinha escrito sobre a expulsão da minha família do Egito em 1957, sobre a adaptação da minha família e a dos meu tios e avós maternos nos primeiros anos no Brasil, sobre as impressões do Mané criança quanto à bagunça de idiomas identidades, nacionalidades e principalmente sobre a improvável saudade que Mané sente do Egito tendo vivido lá apenas o primeiro ano de vida.


Você não para de publicar crônicas no Face (e Instagram). Como tem sido o retorno?


No Facebook tenho bastante público e dentre essas pessoas que simplesmente gostam de ler e outras que se identificam muito com o que eu conto, uma vez que trato de assuntos banais, que acontecem com todo mundo, mas que não estamos habituados a comentar no dia a dia, coisa de foro intímo, discussões com a mulher, filhos sendo difíceis ou a mãe pedindo pra eu parar de mentir a respeito de um tio com quem eu não me dava bem.


No Instagram estou ainda começando, o público é diferente e confesso que por causa da minha idade avançada tenho tido uma certa dificuldade com essa rede, inclusive porque ela limita tamanho de texto e eu tenho que ficar editando meu próprio texto e isso além de muito chato me dá preguiça.


Quantos e quais livros você já publicou?


Este As aventuras de Mané - um egípcio descobre o Brasil - será o quarto livro a ser publicado com um setlist de histórias curtas, muito curtas e curtíssimas, tudo com o tema “Saída do Egito e Chegada ao Brasil”.


O diferencial deste livro, e essa foi uma das razões que me animaram a enfrentar esse momento estressante, é que ele conta também com o trabalho e dedicação da minha filha que desenhou as ilustrações e a capa, o que é motivo duplo de orgulho pra mim, uma filhota que além de professora de química, é uma ilustradora talentosa.


Fiquei feliz de poder debater com ela a interpretação artística que ela deu àquilo que escrevo e tentei não interferir nas coisas que ela pensou e achou, afinal, depois que alguém escreve um texto este deixa de pertencer ao autor e passa a pertencer a quem leu.

Afinal, cada um entende o que entende, mesmo que o autor não tenha querido dizer aquilo. E as interpretações e a dedicação dela me deixaram não só feliz, mas, totalmente satisfeito.


Tenho 3 livros publicados: - Pequenos Contos de Enredo Indeterminado (2001) - Umas Histórias (2003) e - Tempo Passa Tempo (2007)


Quais os planos para o futuro?


Como disse anteriormente tenho 2.000 crônicas já escritas e publicadas ao longo de 13 anos no Facebook.


Dessas, separei aproximadamente 180 sobre o Egito, das quais após uma seleção estão sendo publicadas 100 neste primeiro volume das aventuras de mané.


Tenho um outro material mais ou menos do mesmo tamanho sobre o ano que passei em Israel e suas consequências e se tivermos pique este será o segundo volume das Aventuras de Mané - Um pioneiro em israel.


Vão restar destas, 1.600 crônicas sobre o cotidiano de mané falando sobre tudo que acontece na minha vida (e na de vocês) todos os dias sobre todos os assuntos desde o preparo do almoço, passando por tratamentos médicos escabrosos até o aluguel de um terno para um casamento.


Portanto, se houver folego, dá para sair mais uns 10 volumes das Aventuras de Mané, fora o que continuo escrevendo quase que diariamente. Podemos ficar publicando livros até os 120.


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Dedicatória de uma fã:


Por: Natalie Paula Cwikler


Era uma quarta-feira qualquer, acompanhei a minha avó, que desejava apenas jogar tempo fora, portanto, fomos até o Clube Pinheiros tomar um café. Como de costume, passei na sala dos veteranos, que é na verdade uma simpática salinha que fica ao lado da biblioteca, que, pelo horário, já estava fechada. Mas, para minha alegria, naquela salinha havia uma prateleira com alguns livros, que sabe-se lá como eles chegaram até ali. Um em especial me chamou a atenção, não pela capa, como normalmente acontece, mas sim pelo título: “Pequenos Contos de Enredo Indeterminado”, aquele livro não teve nem chance de permanecer ali, eu tive que levar ele pra casa.


Contudo, o tempo passou e ele entrou na fila dos livros que eu iria ler, até que um dia eu peguei ele e falei, porque eu já não começo a ler ele antes? Afinal, um livro de crônicas não deve ter nada de muito interessante, né? Enganada eu estava. Alberto, apesar de ter quase meio século de diferença de idade para a minha, conseguiu, de uma forma nunca antes sentida por mim, tocar nas mais profundas memórias familiares que já tive. E não é para falar que isso aconteceu só porque somos judeus, até porque nem eu e nem meus pais somos imigrantes e tão pouco sou sefaradi, mas não são as diferenças que importam e sim as sensações, essas sim foram precisas e intensas.


Moghrabi conseguiu, através da sensibilidade na escolha de suas palavras, fazer eu rir junto com ele, me emocionar junto com ele e o principal para mim, sentir saudades junto com ele. Saudades do que um dia já foi e hoje não é mais, saudades de momentos que nunca nem sequer vivi, saudades da infância e saudades de parentes dele que já se foram e dos meus, que tenho medo de deixar o tempo levá-los, por mais impossível que seja.


Em publicações periódicas, contando as aventuras de Mané, a sensação é que fui transportada, de uma simples legenda em uma postagem em seu perfil no Instagram, novamente para as páginas de seus livros, repletos de verdades, de reações e acima de tudo repletos de proximidade, por mais distante que o contexto possa ser.


O que é impossível mesmo é não me deixar levar pela emoção novamente ao fazer este depoimento, pois folheio seus livros e encontro anotações minhas, reações minhas e histórias que me impactaram tanto ao ponto de eu nem parar a leitura para grifar. Os finais de cada crônica são os melhores, eu lia e sentia a mais genuína alegria, de saber que o amor, a sensibilidade e os sonhos realmente contagiam e conseguem ultrapassar uma mera folha de papel. Como pode alguém, despertar um sentimento de recordação, de algo que você nunca viveu e nem sabe se irá viver? Essa era a minha indignação!


No meio disso tudo, decidi consultar a contracapa do livro para ver quem seria esse autor, até que, ao lado da foto em preto e branco do sujeito que nasceu em Alexandria, no Egito, encontrei um nome familiar, André Susskind…fiquei com uma pulga atrás da orelha, pois eu tinha quase certeza de que era o nome de um paciente do meu pai, então, eufórica, mandei a seguinte mensagem: Pai!!!, você tem o Whatsapp do seu paciente André Susskind? Recebi um sim acompanhado de um porquê e continuei: Manda a foto desse livro pra ele, confia em mim!!!, ele vai saber quem é e fala que eu gostei muito desse livro, definitivamente é um dos meus favoritos de todos os tempos! E foi assim que tudo começou e é assim que termino, com todo o meu carinho, esta dedicatória, ao autor mais distante e ao mesmo tempo mais próximo que já conheci.


Natalie Paula Cwikler tem 19 anos, mora em São Paulo e é estudante de Jornalismo, uma eterna apaixonada por histórias e trajetórias de vida.

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