Por: Alberto Moghrabi
Costumo ir à casa de minha mãe aos sábados à tarde.
Naquele dia mudou um pouco a programação e fomos eu e meu filho ainda de manhã depois de ter cruzado a Paulista ida e volta.
Mal cheguei e ela já anunciou o que estava na boca de todos:
— Silvio Santos morreu, ainda bem que o papai não está vivo, ia ficar muito triste!
— Como assim ainda bem?
— Não, — ela disse com aquele olhar, — ainda bem que ele não vai ficar triste!
— Ah, bom, e demos uma risadinha.
Eu não vou me alongar aqui dizendo que desde a infância estou habituado a escutar aquele som característico e monótono do programa dele para quem escutava os ruídos da TV de longe, as colegas de trabalho sorrindo e cantando, os aplausos e as risadas histriônicas do animador.
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