Equipados apenas com uma lâmpada, um alicate e uma pistola, estes três jovens resgataram centenas de judeus de um trem que se dirigia para Auschwitz e tiveram uma morte quase certa. Robert Maistriau, o último sobrevivente dos três, conta a Ian Black sobre seu extraordinário ato de resistência durante a guerra.
A coisa toda durou talvez meia hora, há 60 anos. Mas Robert Maistriau nunca se esqueceu daquela noite de luar numa linha ferroviária belga, em Abril de 1943, quando se esforçou para abrir as portas de um caminhão de gado e instou os judeus aterrorizados que lá estavam a saírem e fugirem. Houve tiros dos guardas alemães, mas na confusão 17 prisioneiros escaparam. Mais tarde, mais adiante na pista, mais 200 conseguiram fugir. Os azarados 1.400 que restaram no trem chegaram ao seu destino: Auschwitz. Poucos sobreviveram para contar a história.
Maistriau, agora com 82 anos, é o último sobrevivente de um extraordinário ato de resistência aos nazistas durante a guerra. O comboio que ele parou, com dois amigos, foi o 20º comboio que transportava judeus da Bélgica para o infame campo de extermínio na Polônia, onde mais de um milhão foram gaseados. Foi um raro sinal vermelho para genocídio.